segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Aulas 6 e 7 - Reprovação escolar...fracasso de quem?

Partindo das questões levantadas em "Repetência: um erro que se repete a cada ano" é preciso pensar se o fracasso é realmente do aluno. O processo educacional não é formado por um único agente, no caso o aluno e sim pelo esforço conjunto de diversos agentes, entre eles a família, a escola e os próprios educadores. Em um processo onde o envolvimento é conjunto, como culpar apenas um agente no caso de um possível fracasso?
Em um país com tantas desigualdades sociais e um verdadeiro descaso com a educação pública, chega a ser cruel culpar a ponta mais frágil (o aluno) desse emaranhado de situações por um suposto fracasso escolar. O maior problema talvez seja não se levar em conta o extremo empenho que existe por parte de crianças que enfrentam a falta de apoio em casa, que nem sempre ser dá pelo desinteresse da família e sim pela falta de tempo ou condições para tal; pela pouca estrutura existente nas escolas e nesse caso se deve principalmente pelo baixo investimento do poder público; o despreparo dos profissionais, já que com a necessidade de cumprir uma dupla ou tripla jornada de trabalho na esperança de melhorar sua renda pouco tempo lhe sobra para planejar e menos inda para dar atenção específica aos casos mais "graves", sejam de indisciplina ou de aprendizado e não se pode esquecer que a escola, enquanto instituição dedicada ao ensino e transmissão de valores sociais, não é uma ilha isolada no meio de todo esse processo. Existem outros agentes que precisam estar envolvidos. É preciso pensar que os números são frios e não refletem a complexidade dos fatores ocultos por eles. A repetência escolar representa um fracasso não só do aluno e sim de todos envolvidos no processo educacional.

Um comentário:

  1. Reflexões bastante consistentes e necessárias para o debate acerca do fracasso escolar e da cultura da reprovação. Cabe pensar em saídas para tal situação... Que caminhos seguir?? Fazer algumas proposições pode nos ajudar a pensar em alternativas...
    Abs
    Ivan

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